quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
1 – NÉLIO BIZZO (darwinista professor da Universidade de São Paulo), EM "O QUE É DARWINISMO":
“A idéia de que o darwinismo era uma doutrina que se aplicava apenas aos seres vivos não-humanos é outra versão absolutamente incorreta. No Origem das Espécies, Darwin passa comodamente ao largo das implicações de sua teoria com o homem. No entanto, no seu Origem do homem, ele penetra na questão e aí, suas opiniões deixam pouca margem de dúvida.
Darwin e seu primo Francis Galton, juntamente com uma série depensadores seus contemporâneos, acreditavam que a “raça” humana poderia ser melhorada se fossem evitados “cruzamentos indesejáveis”. A sociedade era vista com uma clara divisão: de um lado, os membros “superiores”, sadios, inteligentes, ricos e, obviamente, brancos; do outro lado, os membros “inferiores”, mal nutridos, doentes, pobres, de constituição racial duvidosa. Estes deveriam ser impedidos de se reproduzirem, pois acabariam por “rebaixar toda a raça”. A evolução biológica do homem poderia ser “acelerada”, limitando-se os mesmos rituais de seleção “vistos” na natureza. Os mais aptos, evidentemente, estavam entre os indivíduos das classes dominantes.
Darwin chegava até a prever a completa extinção de raças inteiras, consideradas “inferiores”. Escreveu pouco antes da morte, numa carta de 1881: “Eu poderia esforçar-me e mostrar o que a seleção natural fez e ainda faz para o progresso da civilização, mais do que aquilo que pareceis admitir.Lembrai-vos do perigo que correram as nações européias, alguns séculos atrás, de serem esmagadas pelos turcos e de quanto este idéia nos parece ridícula hoje em dia. As raças mais civilizadas, que chamamos de caucásicas, bateram os turcos em campo raso na luta pela existência. Fazendo um relance sobre o mundo, sem olhar num porvir muito longínquo, quantas raças inferiores serão em breve eliminadas pelas raças que têm um grau decivilização superior!”
Se lembrarmos do jovem naturalista na Austrália, veremos que era exatamente este o raciocínio que utilizou para prever o futuro do canguru: seria dizimado pelos magricelas galgos ingleses. Se esta previsão estava errada, desgraçadamente Darwin acertou com relação aos “civilizados”: assassinaram impiedosamente os povos primitivos que não aceitaram a submissão ao seu domínio.
No Origem do homem, deixava muita claras suas posições racistas:
"A seleção permite ao homem agir de modo favorável, não somente na constituição física de seus filhos, mas em suas qualidades intelectuais e morais (sic). Os dois sexos deveriam ser impedidos de desposarem-se quando se encontrassem em estado de inferioridade muito acentuada de corpo ou espírito”. E mais adiante: “Todos aqueles que não podem evitar uma abjeta pobreza para seus filhos deveriam evitar de se casar, porque a pobreza não é apenas um grande mal, mas ela tende a aumentar; (...) enquanto os inconscientes se casam e os prudentes evitam o casamento, os membros inferiores da sociedade tendem a suplantar (em número) os membros superiores. Como todos os animais, o homem chegou certamente ao seu alto grau de desenvolvimento atual mediante luta pela existência, que é conseqüência de sua multiplicação rápida; e, para chegar a um mais alto grau ainda, é preciso que continue a ser mantida uma luta rigorosa (...). Deveria haver concorrência aberta para todos os homens e dever-se-iam fazer desaparecer todas as leis e todos os costumes que impedem os mais capazes de conseguir seus objetivos e criar o maior número possível de crianças”.
O grande Charles Darwin não declara expressamente a que grupo pertencia. Mas pelo fato de ter tido dez filhos e de ser uma pessoa rica, deduz-se facilmente...
É comum dizer-se que Darwin não afirmou que o homem descendia do macaco. Darwin dizia coisa muito pior. Seu racismo não o abandonava. Afirmava que o homem descendia dos selvagens! E não parava aí. Dizia que preferia descender de um forte e valente macaco, do que ter um desses selvagens como ancestral.
A aplicação de sua teoria ao homem, ou, mais propriamente, e extensão ao organismo humano dos valores burgueses depropriedade privada e acumulação, resultou no que se chamou eugenia. O melhoramento da raça através de recomendações da eugenia eram os ideais do nazismo. O Estado Nazista não era portanto nada mais do que um Estado capitalista onde a melhoria do corpo dos cidadãos fazia parte da estratégia global de aumento do produtividade.
Hitler garantia procriação aos cidadãos alemães e possuíssem cabelos loiros, boa estrutura, queixo bem formado, nariz fino a arrebitado, olhos claros e profundos e pele rosado. Os homens selecionados poderiam ingressar na tropa de elite, a SS, e poderiam ter o número de filhos que desejassem, sem precisar casar. O Estado cuidaria de criar e educar tais crianças, segundo os ideais do nazismo. A trajetória do nazismo é bem conhecida. As Câmaras de gás e os seis milhões de assassinatos, também... O que pouco se fala é que os Estados Unidos também adotavam políticas eugenistas na mesma época...”.
Fonte:
Nélio Marco Vizenzo Bizzo: “O que é Darwinismo” – Editora Brasiliense – páginas: 67 a 712.
2 - MARCEL BLANC, EM "OS HERDEIROS DE DARWIN":
"A eugenia (como vimos no primeiro capítulo) foi uma doutrina fundada em 1883 pelo primo de Darwin ,Francis Galton (1822-1911). Tinha como objetivo aperfeiçoar a raça (leia-se raça superior) encorajando a reprodução dos indivíduos mais dotados (leia-se os inventores, os dirigentes, etc.), e desencorajando a dos menos aptos. As ligações do darwinismo social com o racismo científico foram meticulosamente elaborados pelo antropólogo francês Georges Vacher de Lapouge (1854-1936), que publicou, notadamente, uma obra intitulada L' Aryen. Para ele, o sucesso social estava relacionado ao fato de se pertencer a uma raça, e as raças eram desiguais, algumas superiores, como os arianos, outras inferiores (judeus, negros, etc.).
Vacher de Lapouge criticava o darwinismo social e é preciso reconhecer que alguns trabalhos de Darwin caminhavam no sentido do racismo científico.
Um bom número de biólogos atuais dificilmente o aceitam e chegam a negá-lo pura e simplesmente. No entanto, mesmo o título completo da principal obra de Darwin é por demais explícito: Sobre a origem das espécies por meio da seleçãoção natural ou a preservação das raças favorecidas na luta pela existência. E em The Descent of Man, algumas passagens são claras.
Darwin escreveu neste livro que existe uma hierarquia das raças, com as inferiores sendo representadas pêlos selvagens (os negros da África e da Oceania; os índios da América do Sul, etc.); as superiores pêlos civilizados, com as nações européias representando o topo da civilização, segundo a expressão do próprio Darwin. E acrescenta: foi a evolução por meio da seleção natural que conduziu imperceptivelmente, por gradações sucessivas, raças inferiores a superiores.
Reconhece-se aqui a aplicação dessa teoria evolucionista, por ele estabelecida, ao homem: a transição gradual de um tipo depopulação a outro, mais evoluído. De acordo com ele, em todos os estágios da evolução da espécie humana, sempre houve duas categorias de seres humanos: os intelectualmente superiores e os inferiores. Desde a pré-história, os primeiros sempre tiveram mais sucesso em todas as atividades e deixaram um número maior de filhos.
Foi assim que a inteligência humana progrediu e que as raças superiores foram formadas. Aliás, nessa obra, Darwin reconheceu que seu primo Galton tinha razão: nas nações mais civilizadas, comete-se o erro de contrariar o processo de eliminação pela seleção natural com a instituição de diversas formas de auxílio aos pobres, de hospitais para os doentes, etc. ("nossos médicos vão inclusive fazer o melhor possível para salvar qualquer pessoa", impressiona-se)”.
E nas últimas páginas de The Descent of Man, Darwin apregoa demodo totalmente explícito sua adesão aos ideais eugenistas de seu primo: "Os membros tanto de um sexo como de outro deveriam abster-se de se casar em caso de inferioridade manifesta no corpo ou no espírito." Alfred Russel Wallace disse, aliás, que em uma de suas últimas conversas com Darwin (antes de sua morte) este teria expresso um ponto de vista pessimista quanto ao futuro da humanidade: Se Darwin foi incontestavelmente um darwinista social, um racista científico e um eugenista convicto, a posteridade dessas doutrinas revelou-se sinistra (e é sem dúvida por isso que muitos cientistas abominam a idéia de associar Darwin a essas correntes). Em nome da eugenia, esterilizou-se nos Estados Unidos, entre 1900 e 1940, quase 36 mil pessoas: doentes mentais, todos os tipos de desviados (marginais, vagabundos, etc.) ou, de modo mais geral, pessoas que tiveram o azar de encontrar-se sem recursos e viram-se internadas em algum hospital psiquiátrico por alguma (má) razão.
Mas muitos outros países democráticos também conheceram ondas de esterilização antes da Segunda Guerra Mundial, pela instigação das ligas eugenistas a que se associavam um bom número dos neodarwinistas mais eminentes (como por exemplo, o matemático R. Fisher, da Grã-Bretanha).
Sabemos que as teorias de Vacher de Lapouge e de Galton foram especialmente retomadas por Hitler e pêlos ideólogos nazistas como bem entenderam (o darwinismo social, por sua vez, foi propagado na Alemanha a partir do final do século XIX pelo discípulo alemão de Darwin: Ernst Haeckel, biólogo ainda degrande renome). Sem dúvida, não é exagerado dizer que o Estado racial desejado por Hitler, assim como sua doutrina da luta das raças, que culminou com o genocídio de judeus e de ciganos, deve uma boa parte de seus fundamentos ao darwinismo social, à eugenia e ao racismo científico”.
Fonte:
Marcel Blanc: “Os Herdeiros de Darwin”. Editora Scritta. São paulo, 1994, p. 184-187.
3 - JOSÉ OSVALDO DE MEIRA PENNA (ex-professor da Universidade de Brasília (UnB) de 1982 a 1989, autor de, entre outros: “Nietzsche e a Loucura”): EM “POLEMOS: UMA ANÁLISE CRÍTICA DO DARWINISMO”:
“Em A descendência do homem e a seleção sexual, que apareceu pela primeira vez em 1871, Darwin expressa opiniões similarmente notáveis que resumem sua postura filosófica quanto ao problema da seleção e da contra-seleção, aplicadas ao homem.O eugenismo aí está implícito. O eugenismo e a crítica a certos efeitos anti-seletivos da civilização moderna - argumentos que serão, futuramente, aproveitados de modo peculiar. Vejamos o que diz o biólogo:
“Com os selvagens, os indivíduos fracos de corpo e de espírito são prontamente eliminados e os sobreviventes não tardam, ordinariamente, a se fazer notar por sua saúde vigorosa. No que diz respeito a nós, homens civilizados, fazemos pelo contrário todos os esforços para deter a marcha da eliminação; construímos hospitais para os idiotas, os achacados e os doentes; fazemos leis que prestam assistência aos indigentes; nossos médicos esforçam-se com toda a sua ciência para prolongar ao máximo a vida de cada um... Os membros mais débeis podem assim reproduzir-se indefinidamente. Ora, quem quer que se tenha ocupado da reprodução dos animais domésticos sabe, sem dúvida, como essa perpetuação dos seres débeis deve ser prejudicial à raça humana. Nosso instinto desimpatia nos induz a socorrer os infelizes. A compaixão constitui um dos produtos acidentais que adquirimos, no princípio, do mesmo modo como os outros instintos sociais de que faz parte. A simpatia, aliás, tende sempre a tornar-se mais larga e mais universal. Não saberíamos restringir nossa simpatia, mesmo se admitirmos que a razão inflexível disso fizesse uma lei, sem prejudicar a parte mais nobre de nossa natureza...
Devemos portanto sofrer, sem nos queixar, os efeitos incontestavelmente perversos que resultam da persistência e da propagação dos seres débeis. Parece, contudo, que existe um freio a essa propagação, no sentido de que os membros malsãos da sociedade se casam menos facilmente do que os membros sãos. Esse freio poderia ter uma eficácia real se os fracos decorpo e de espírito se abstivessem do casamento. Mas é isso uma situação que é mais fácil desejar do que realizar”.
Em outros trechos, parece Darwin lamentar que o homem civilizado procure anular, graças à medicina, o processo deeliminação dos inferiores. A vacina descoberta por Pasteur e Jenner estava preservando milhares cuja constituição franzina teria sucumbido à varíola ou à peste. "Assim os mem¬bros fracos da sociedade civilizada se propagam" e "ninguém duvida que isso é prejudicial à raça do homem". Comparando essa prática com a iniciativa inteligente do próprio homem quando domestica os animais, Darwin estava, sem se dar conta, lançando as bases deuma concepção de eugenismo radical que encontraria sua suprema e mais terrível expressão no racismo nazista”.
Não seria Hitler darwinista? E Himmler, e Rosenberg, e Mengele e os SS também?
Aliás, o próprio Nietzsche, tão infenso ao nacional-socialismo estatizante alemão, também escreveria na coletânea do Wille zur Macht que, para gerar o super-homem, seria necessário "formar o homem futuro pela educação seletiva (Züchtung) e, por outro lado, aniquilar milhões de malogrados".
Naquela obra, em seus aforismos 397 e 398, Nietzsche volta repetidamente ao tema eugenista. Sabemos que o eugenismo hitleriano adotou metodicamente o programa e que. mesmo antes do Holocausto e do início da guerra em 1939, já estava esterilizando e, mais tarde, assassinando em massa os imbecis, os mentecaptos, os doentes incuráveis, os homossexuais e os incapacitados de várias espécies.
A eugenia justificou o genocídio: os cálculos variam entre 11 e 26 milhões de massacrados das raças ditas "inferiores" -judeus, russos, poloneses, ciganos, iugoslavos, etc”.
Fonte:JOSÉ OSVALDO DE MEIRA PENNA. “Polemos: uma análise crítica do darwinismo. Editora UnB (da Universidade de Brasília). Brasília, 2006, p. 235, 236.
4 – DENIS BUICAN (professor na Universidade de Paris X e doutor em Ciências Naturais e Ciências Humanas pela Sorbonne): EM “DARWIN E O DARWINISMO”:
“Para Darwin, a jóia da civilização europeia é o mundo anglo-saxão: "A superioridade notável que tiveram, sobre outras nações europeias, os ingleses, como coloniza-dores, superioridade atestada pela comparação dos progressos realizados pêlos canadenses de origem inglesa com os de origem francesa foi atribuída à sua 'energia persistente e à sua audácia'; mas quem poderia dizer como os ingleses adquiriram essa energia? Certamente, há muita verdade na hipótese que atribui ã seleção natural os maravilhosos progressos dos Estados Unidos, assim como o caráter de seu povo; os homens mais corajosos, mais enérgicos e mais empreendedores de todas as partes da Europa emigraram durante as dez ou doze últimas gerações, para irem povoar esse grande país e lá prosperaram."
Assim, Darwin volta à sua teoria da seleção natural, para explicar o progresso da humanidade e dos povos: "Se não tivesse sido submetido à seleção natural durante os tempos primitivos, o homem, certamente, nunca teria atingido a posição que ocupa hoje. Quando vemos, em muitas partes do mundo, regiões extremamente férteis, povoadas por alguns selvagens errantes, enquanto poderiam alimentar numerosas famílias prósperas, inclinamo-nos a pensar que a luta pela existência não foi suficientemente rude para forçar o homem a atingir seu estado mais elevado."
Falando da ação da seleção natural sobre as nações "civilizadas", Darwin fica muito próximo das ideias de Wallace e Galton, isto é, da eugenia: "Entre os selvagens, os indivíduos fracos de corpo ou de espírito são prontamente eliminados, e os sobreviventes são geralmente notáveis por seu vigoroso estado de saúde. Quanto a nós, homens civilizados, fazemos, ao contrário, todos os esforços para deter a marcha da eliminação; construímos hospitais para os idiotas, os inválidos e os doentes; fazemos leis para ajudar os indigentes; nossos médicos utilizam toda a sua ciência para prolongar, tanto quanto possível, a vida. Podemos crer que a vacina preservou milhares de indivíduos que, fracos de constituição, teriam outrora sucumbido à varíola. Os membros débeis das sociedades civilizadas podem, pois, reproduzir-se indefinidamente. Ora, quem trata de reprodução de animais domésticos sabe perfeitamente quanto essa perpetuação dos seres débeis deve ser nociva à raça humana".
Apesar desse temor pela descendência do homem, na ausência da seleção natural, Darwin, moderado por uma concepção humanista, não leva seu raciocínio até um eugenismo exacerbado, pois, diz ele, abandonando os fracos e os inválidos, "só poderíamos ter em vista uma vantagem eventual, às custas de um mal presente, considerável e certo. Devemos, pois, suportar sem nos queixarmos os efeitos incontestavelmente maus, que resultam da persistência e da propagação dos seres débeis. Parece, todavia, que existe um freio para essa propagação, pois os membros doentios da sociedade se casam menos facilmente que os membros sãos. Esse freio poderia ter uma eficácia real, se os fracos de corpo e de espírito se abstivessem do casamento; mas esse é um estado de coisas que é mais fácil desejar que realizar".
Fonte:
DENIS BUICAN. “Darwin e o Darwinismo”. Jorge Zahar Ediror. Rio de Janeiro, 1987, p. 66-67.
"A seleção permite ao homem agir de modo favorável, não somente na constituição física de seus filhos, mas em suas qualidades intelectuais e morais (sic). Os dois sexos deveriam ser impedidos de desposarem-se quando se encontrassem em estado de inferioridade muito acentuada de corpo ou espírito”. E mais adiante: “Todos aqueles que não podem evitar uma abjeta pobreza para seus filhos deveriam evitar de se casar, porque a pobreza não é apenas um grande mal, mas ela tende a aumentar; (...) enquanto os inconscientes se casam e os prudentes evitam o casamento, os membros inferiores da sociedade tendem a suplantar (em número) os membros superiores. Como todos os animais, o homem chegou certamente ao seu alto grau de desenvolvimento atual mediante luta pela existência, que é conseqüência de sua multiplicação rápida; e, para chegar a um mais alto grau ainda, é preciso que continue a ser mantida uma luta rigorosa (...). Deveria haver concorrência aberta para todos os homens e dever-se-iam fazer desaparecer todas as leis e todos os costumes que impedem os mais capazes de conseguir seus objetivos e criar o maior número possível de crianças”.
O grande Charles Darwin não declara expressamente a que grupo pertencia. Mas pelo fato de ter tido dez filhos e de ser uma pessoa rica, deduz-se facilmente...
É comum dizer-se que Darwin não afirmou que o homem descendia do macaco. Darwin dizia coisa muito pior. Seu racismo não o abandonava. Afirmava que o homem descendia dos selvagens! E não parava aí. Dizia que preferia descender de um forte e valente macaco, do que ter um desses selvagens como ancestral.
A aplicação de sua teoria ao homem, ou, mais propriamente, e extensão ao organismo humano dos valores burgueses depropriedade privada e acumulação, resultou no que se chamou eugenia. O melhoramento da raça através de recomendações da eugenia eram os ideais do nazismo. O Estado Nazista não era portanto nada mais do que um Estado capitalista onde a melhoria do corpo dos cidadãos fazia parte da estratégia global de aumento do produtividade.
Hitler garantia procriação aos cidadãos alemães e possuíssem cabelos loiros, boa estrutura, queixo bem formado, nariz fino a arrebitado, olhos claros e profundos e pele rosado. Os homens selecionados poderiam ingressar na tropa de elite, a SS, e poderiam ter o número de filhos que desejassem, sem precisar casar. O Estado cuidaria de criar e educar tais crianças, segundo os ideais do nazismo. A trajetória do nazismo é bem conhecida. As Câmaras de gás e os seis milhões de assassinatos, também... O que pouco se fala é que os Estados Unidos também adotavam políticas eugenistas na mesma época...”.
Fonte:
Nélio Marco Vizenzo Bizzo: “O que é Darwinismo” – Editora Brasiliense – páginas: 67 a 712.
2 - MARCEL BLANC, EM "OS HERDEIROS DE DARWIN":
"A eugenia (como vimos no primeiro capítulo) foi uma doutrina fundada em 1883 pelo primo de Darwin ,Francis Galton (1822-1911). Tinha como objetivo aperfeiçoar a raça (leia-se raça superior) encorajando a reprodução dos indivíduos mais dotados (leia-se os inventores, os dirigentes, etc.), e desencorajando a dos menos aptos. As ligações do darwinismo social com o racismo científico foram meticulosamente elaborados pelo antropólogo francês Georges Vacher de Lapouge (1854-1936), que publicou, notadamente, uma obra intitulada L' Aryen. Para ele, o sucesso social estava relacionado ao fato de se pertencer a uma raça, e as raças eram desiguais, algumas superiores, como os arianos, outras inferiores (judeus, negros, etc.).
Vacher de Lapouge criticava o darwinismo social e é preciso reconhecer que alguns trabalhos de Darwin caminhavam no sentido do racismo científico.
Um bom número de biólogos atuais dificilmente o aceitam e chegam a negá-lo pura e simplesmente. No entanto, mesmo o título completo da principal obra de Darwin é por demais explícito: Sobre a origem das espécies por meio da seleçãoção natural ou a preservação das raças favorecidas na luta pela existência. E em The Descent of Man, algumas passagens são claras.
Darwin escreveu neste livro que existe uma hierarquia das raças, com as inferiores sendo representadas pêlos selvagens (os negros da África e da Oceania; os índios da América do Sul, etc.); as superiores pêlos civilizados, com as nações européias representando o topo da civilização, segundo a expressão do próprio Darwin. E acrescenta: foi a evolução por meio da seleção natural que conduziu imperceptivelmente, por gradações sucessivas, raças inferiores a superiores.
Reconhece-se aqui a aplicação dessa teoria evolucionista, por ele estabelecida, ao homem: a transição gradual de um tipo depopulação a outro, mais evoluído. De acordo com ele, em todos os estágios da evolução da espécie humana, sempre houve duas categorias de seres humanos: os intelectualmente superiores e os inferiores. Desde a pré-história, os primeiros sempre tiveram mais sucesso em todas as atividades e deixaram um número maior de filhos.
Foi assim que a inteligência humana progrediu e que as raças superiores foram formadas. Aliás, nessa obra, Darwin reconheceu que seu primo Galton tinha razão: nas nações mais civilizadas, comete-se o erro de contrariar o processo de eliminação pela seleção natural com a instituição de diversas formas de auxílio aos pobres, de hospitais para os doentes, etc. ("nossos médicos vão inclusive fazer o melhor possível para salvar qualquer pessoa", impressiona-se)”.
E nas últimas páginas de The Descent of Man, Darwin apregoa demodo totalmente explícito sua adesão aos ideais eugenistas de seu primo: "Os membros tanto de um sexo como de outro deveriam abster-se de se casar em caso de inferioridade manifesta no corpo ou no espírito." Alfred Russel Wallace disse, aliás, que em uma de suas últimas conversas com Darwin (antes de sua morte) este teria expresso um ponto de vista pessimista quanto ao futuro da humanidade: Se Darwin foi incontestavelmente um darwinista social, um racista científico e um eugenista convicto, a posteridade dessas doutrinas revelou-se sinistra (e é sem dúvida por isso que muitos cientistas abominam a idéia de associar Darwin a essas correntes). Em nome da eugenia, esterilizou-se nos Estados Unidos, entre 1900 e 1940, quase 36 mil pessoas: doentes mentais, todos os tipos de desviados (marginais, vagabundos, etc.) ou, de modo mais geral, pessoas que tiveram o azar de encontrar-se sem recursos e viram-se internadas em algum hospital psiquiátrico por alguma (má) razão.
Mas muitos outros países democráticos também conheceram ondas de esterilização antes da Segunda Guerra Mundial, pela instigação das ligas eugenistas a que se associavam um bom número dos neodarwinistas mais eminentes (como por exemplo, o matemático R. Fisher, da Grã-Bretanha).
Sabemos que as teorias de Vacher de Lapouge e de Galton foram especialmente retomadas por Hitler e pêlos ideólogos nazistas como bem entenderam (o darwinismo social, por sua vez, foi propagado na Alemanha a partir do final do século XIX pelo discípulo alemão de Darwin: Ernst Haeckel, biólogo ainda degrande renome). Sem dúvida, não é exagerado dizer que o Estado racial desejado por Hitler, assim como sua doutrina da luta das raças, que culminou com o genocídio de judeus e de ciganos, deve uma boa parte de seus fundamentos ao darwinismo social, à eugenia e ao racismo científico”.
Fonte:
Marcel Blanc: “Os Herdeiros de Darwin”. Editora Scritta. São paulo, 1994, p. 184-187.
3 - JOSÉ OSVALDO DE MEIRA PENNA (ex-professor da Universidade de Brasília (UnB) de 1982 a 1989, autor de, entre outros: “Nietzsche e a Loucura”): EM “POLEMOS: UMA ANÁLISE CRÍTICA DO DARWINISMO”:
“Em A descendência do homem e a seleção sexual, que apareceu pela primeira vez em 1871, Darwin expressa opiniões similarmente notáveis que resumem sua postura filosófica quanto ao problema da seleção e da contra-seleção, aplicadas ao homem.O eugenismo aí está implícito. O eugenismo e a crítica a certos efeitos anti-seletivos da civilização moderna - argumentos que serão, futuramente, aproveitados de modo peculiar. Vejamos o que diz o biólogo:
“Com os selvagens, os indivíduos fracos de corpo e de espírito são prontamente eliminados e os sobreviventes não tardam, ordinariamente, a se fazer notar por sua saúde vigorosa. No que diz respeito a nós, homens civilizados, fazemos pelo contrário todos os esforços para deter a marcha da eliminação; construímos hospitais para os idiotas, os achacados e os doentes; fazemos leis que prestam assistência aos indigentes; nossos médicos esforçam-se com toda a sua ciência para prolongar ao máximo a vida de cada um... Os membros mais débeis podem assim reproduzir-se indefinidamente. Ora, quem quer que se tenha ocupado da reprodução dos animais domésticos sabe, sem dúvida, como essa perpetuação dos seres débeis deve ser prejudicial à raça humana. Nosso instinto desimpatia nos induz a socorrer os infelizes. A compaixão constitui um dos produtos acidentais que adquirimos, no princípio, do mesmo modo como os outros instintos sociais de que faz parte. A simpatia, aliás, tende sempre a tornar-se mais larga e mais universal. Não saberíamos restringir nossa simpatia, mesmo se admitirmos que a razão inflexível disso fizesse uma lei, sem prejudicar a parte mais nobre de nossa natureza...
Devemos portanto sofrer, sem nos queixar, os efeitos incontestavelmente perversos que resultam da persistência e da propagação dos seres débeis. Parece, contudo, que existe um freio a essa propagação, no sentido de que os membros malsãos da sociedade se casam menos facilmente do que os membros sãos. Esse freio poderia ter uma eficácia real se os fracos decorpo e de espírito se abstivessem do casamento. Mas é isso uma situação que é mais fácil desejar do que realizar”.
Em outros trechos, parece Darwin lamentar que o homem civilizado procure anular, graças à medicina, o processo deeliminação dos inferiores. A vacina descoberta por Pasteur e Jenner estava preservando milhares cuja constituição franzina teria sucumbido à varíola ou à peste. "Assim os mem¬bros fracos da sociedade civilizada se propagam" e "ninguém duvida que isso é prejudicial à raça do homem". Comparando essa prática com a iniciativa inteligente do próprio homem quando domestica os animais, Darwin estava, sem se dar conta, lançando as bases deuma concepção de eugenismo radical que encontraria sua suprema e mais terrível expressão no racismo nazista”.
Não seria Hitler darwinista? E Himmler, e Rosenberg, e Mengele e os SS também?
Aliás, o próprio Nietzsche, tão infenso ao nacional-socialismo estatizante alemão, também escreveria na coletânea do Wille zur Macht que, para gerar o super-homem, seria necessário "formar o homem futuro pela educação seletiva (Züchtung) e, por outro lado, aniquilar milhões de malogrados".
Naquela obra, em seus aforismos 397 e 398, Nietzsche volta repetidamente ao tema eugenista. Sabemos que o eugenismo hitleriano adotou metodicamente o programa e que. mesmo antes do Holocausto e do início da guerra em 1939, já estava esterilizando e, mais tarde, assassinando em massa os imbecis, os mentecaptos, os doentes incuráveis, os homossexuais e os incapacitados de várias espécies.
A eugenia justificou o genocídio: os cálculos variam entre 11 e 26 milhões de massacrados das raças ditas "inferiores" -judeus, russos, poloneses, ciganos, iugoslavos, etc”.
Fonte:JOSÉ OSVALDO DE MEIRA PENNA. “Polemos: uma análise crítica do darwinismo. Editora UnB (da Universidade de Brasília). Brasília, 2006, p. 235, 236.
4 – DENIS BUICAN (professor na Universidade de Paris X e doutor em Ciências Naturais e Ciências Humanas pela Sorbonne): EM “DARWIN E O DARWINISMO”:
“Para Darwin, a jóia da civilização europeia é o mundo anglo-saxão: "A superioridade notável que tiveram, sobre outras nações europeias, os ingleses, como coloniza-dores, superioridade atestada pela comparação dos progressos realizados pêlos canadenses de origem inglesa com os de origem francesa foi atribuída à sua 'energia persistente e à sua audácia'; mas quem poderia dizer como os ingleses adquiriram essa energia? Certamente, há muita verdade na hipótese que atribui ã seleção natural os maravilhosos progressos dos Estados Unidos, assim como o caráter de seu povo; os homens mais corajosos, mais enérgicos e mais empreendedores de todas as partes da Europa emigraram durante as dez ou doze últimas gerações, para irem povoar esse grande país e lá prosperaram."
Assim, Darwin volta à sua teoria da seleção natural, para explicar o progresso da humanidade e dos povos: "Se não tivesse sido submetido à seleção natural durante os tempos primitivos, o homem, certamente, nunca teria atingido a posição que ocupa hoje. Quando vemos, em muitas partes do mundo, regiões extremamente férteis, povoadas por alguns selvagens errantes, enquanto poderiam alimentar numerosas famílias prósperas, inclinamo-nos a pensar que a luta pela existência não foi suficientemente rude para forçar o homem a atingir seu estado mais elevado."
Falando da ação da seleção natural sobre as nações "civilizadas", Darwin fica muito próximo das ideias de Wallace e Galton, isto é, da eugenia: "Entre os selvagens, os indivíduos fracos de corpo ou de espírito são prontamente eliminados, e os sobreviventes são geralmente notáveis por seu vigoroso estado de saúde. Quanto a nós, homens civilizados, fazemos, ao contrário, todos os esforços para deter a marcha da eliminação; construímos hospitais para os idiotas, os inválidos e os doentes; fazemos leis para ajudar os indigentes; nossos médicos utilizam toda a sua ciência para prolongar, tanto quanto possível, a vida. Podemos crer que a vacina preservou milhares de indivíduos que, fracos de constituição, teriam outrora sucumbido à varíola. Os membros débeis das sociedades civilizadas podem, pois, reproduzir-se indefinidamente. Ora, quem trata de reprodução de animais domésticos sabe perfeitamente quanto essa perpetuação dos seres débeis deve ser nociva à raça humana".
Apesar desse temor pela descendência do homem, na ausência da seleção natural, Darwin, moderado por uma concepção humanista, não leva seu raciocínio até um eugenismo exacerbado, pois, diz ele, abandonando os fracos e os inválidos, "só poderíamos ter em vista uma vantagem eventual, às custas de um mal presente, considerável e certo. Devemos, pois, suportar sem nos queixarmos os efeitos incontestavelmente maus, que resultam da persistência e da propagação dos seres débeis. Parece, todavia, que existe um freio para essa propagação, pois os membros doentios da sociedade se casam menos facilmente que os membros sãos. Esse freio poderia ter uma eficácia real, se os fracos de corpo e de espírito se abstivessem do casamento; mas esse é um estado de coisas que é mais fácil desejar que realizar".
Fonte:
DENIS BUICAN. “Darwin e o Darwinismo”. Jorge Zahar Ediror. Rio de Janeiro, 1987, p. 66-67.
Darwin e os mineiros chilenos
Darwin e os mineiros chilenos
Se não fora Darwin, ora vejam só, os pobres mineiros presos numa jazida ao norte do Chile há muito poderiam estar soterrados sob os escombros!
Segundo Michel Siffre, espeleologista e cientista, que realizou inúmeras experiências de confinamento em condições extremas: "Em situações entre a vida e morte, Darwin explica, o mais forte sobrevive. E a atitude mental é primordial. É preciso ter fé. Aqueles que acreditam em sua sobrevivência têm mais chances de sair com vida do que aqueles que se lançam à sorte".
O fato de ser mais fácil sobreviver em grupo é o óbvio multiplicado ao infinito. Mas o darwinismo é assim mesmo, quando consegue explicar alguma cousa, explica o óbvio. Imaginem um barco com cinco pessoas a bordo. De repente ele começa a afundar. Das cinco pessoas que viajam na embarcação, quatro sabem nadar, enquanto uma só conhece o “nado de pedra”. É evidente que a possibilidade dessa pessoa que não sabe nadar ser salva pelo grupo é infinitamente maior do que ela mesma tentar sozinha alcançar o horizonte. Nada tão axiomático!
Pela lógica darwinista, resta apenas aos mineiros disputarem no "braço de ferro" para ver qual deles é o "mais forte" do grupo.
Haja!
É isso!
Segundo Michel Siffre, espeleologista e cientista, que realizou inúmeras experiências de confinamento em condições extremas: "Em situações entre a vida e morte, Darwin explica, o mais forte sobrevive. E a atitude mental é primordial. É preciso ter fé. Aqueles que acreditam em sua sobrevivência têm mais chances de sair com vida do que aqueles que se lançam à sorte".
O fato de ser mais fácil sobreviver em grupo é o óbvio multiplicado ao infinito. Mas o darwinismo é assim mesmo, quando consegue explicar alguma cousa, explica o óbvio. Imaginem um barco com cinco pessoas a bordo. De repente ele começa a afundar. Das cinco pessoas que viajam na embarcação, quatro sabem nadar, enquanto uma só conhece o “nado de pedra”. É evidente que a possibilidade dessa pessoa que não sabe nadar ser salva pelo grupo é infinitamente maior do que ela mesma tentar sozinha alcançar o horizonte. Nada tão axiomático!
Pela lógica darwinista, resta apenas aos mineiros disputarem no "braço de ferro" para ver qual deles é o "mais forte" do grupo.
Haja!
É isso!
A Causa Sagrada de Darwin
A Causa Sagrada de Darwin
Adrian Desmond e James Moore dão uma explicação completamente nova sobre a maneira pela qual Darwin chegou à sua famosa teoria da evolução, que atribui todas as formas de vida a um remoto ancestral comum. Segundo os autores, as ideias abolicionistas defendidas por Darwin o guiaram na formulação de suas principais descobertas científicas. Darwin deu a todos os seres uma origem comum, libertando-os dos maiores apologistas da escravidão, que acreditavam que negros e brancos tinham se originado como espécies separadas, sendo os brancos superiores. A Causa Sagrada de Darwin é um estudo memorável e original sobre o maior cientista do século 19 [pelo menos aqui foram mais modestos em relação a Darwin, já que há darwinistas ufanistas que consideram o naturalista inglês “o maior cientista de todos os tempos”, ignorando Newton, Galileu e mesmo Einstein].
Nota: A obra parece interessante e deixa evidente (sendo correta ou não a tese dos autores) que não existe neutralidade filosófica em ciência. Diversos interesses subjetivos sempre estão por trás das pesquisas e frequentemente lhes ditam os rumos e conclusões. Curiosa e contraditoriamente, em outro livro (menos famoso) de Darwin, o The Descent of Man (1871), o naturalista diz: “Em algum período futuro não muito distante se medido em séculos, as raças civilizadas do homem exterminarão e substituirão, quase com certeza, as raças selvagens em todo o mundo. Ao mesmo tempo, os macacos antropomorfos... serão sem dúvida exterminados. A brecha entre o homem e seus parentes mais próximos será ainda mais larga, pois ela se abrirá entre o homem num estado ainda mais civilizado, esperamos, do que o próprio caucasiano, e algum macaco tão inferior quanto o babuíno, em vez de, como agora, entre o negro ou o australiano e o gorila” (p. 178).[MB]
Nota: A obra parece interessante e deixa evidente (sendo correta ou não a tese dos autores) que não existe neutralidade filosófica em ciência. Diversos interesses subjetivos sempre estão por trás das pesquisas e frequentemente lhes ditam os rumos e conclusões. Curiosa e contraditoriamente, em outro livro (menos famoso) de Darwin, o The Descent of Man (1871), o naturalista diz: “Em algum período futuro não muito distante se medido em séculos, as raças civilizadas do homem exterminarão e substituirão, quase com certeza, as raças selvagens em todo o mundo. Ao mesmo tempo, os macacos antropomorfos... serão sem dúvida exterminados. A brecha entre o homem e seus parentes mais próximos será ainda mais larga, pois ela se abrirá entre o homem num estado ainda mais civilizado, esperamos, do que o próprio caucasiano, e algum macaco tão inferior quanto o babuíno, em vez de, como agora, entre o negro ou o australiano e o gorila” (p. 178).[MB]
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